Energia Solar Eficiência Energética
shadow

Energia Eólica – Ventos Sopram a Favor nos Mares do Brasil

Até pouco tempo atrás, estávamos construindo usinas de energia eólica no Brasil, não só para termos mais uma fonte alternativa de energia, como também no intuito de ajudar a suprir as hidrelétricas no período de seca (período de poucas chuvas, mas com bastante vento), uma vez que a força dos ventos nesse período é mais potente. Sendo o Nordeste o foco maior de projetos, não por acaso, ele detém uma área geográfica excelente para formação de ventos fortes e contínuos. E isso, estou me referindo à terra firme.

É importante ressaltar que a medida que distanciamos da terra e, consequentemente, beiramos no mar, os ventos vão ficando cada vez mais fortes e constantes. Mas… E se construíssemos parques eólicos no meio do mar? Estarei delirando? Isso é possível? Isso não só é possível como já é realidade em muitos países. E a Petrobrás está com projeto de construir as primeiras usinas de energia eólica em alto mar no Brasil. Vamos entender o porquê dessa proposta tão arrojada e quais as vantagens de se construir energia eólica fora da costa (offshore) em comparação a de terra firme (onshore).

Os Primeiros Parques Eólicos Onshore

Em 2002, houveram incentivos do governo federal para investimentos em energias limpas e renováveis. A energia eólica começou a ganhar força, preferencialmente no Nordeste, onde os ventos são mais intensos e frequentes, de acordo com os registros. Sendo os ventos dessa região previsíveis e calculáveis, foi possível a construção de diversos parques eólicos onshore ao longo dos anos.

De acordo com os dados levantados pela ABEEólica (Associação Brasileira de Energia Eólica), o Brasil já demonstrava um excelente aumento da potência instalada entre 2006 e 2017. Além de prever um significativo crescimento até 2023.

Em 2017, a energia eólica abasteceu 10% da população brasileira. Desta, 84% pertence ao Nordeste.

A Energia Eólica Offshore em outros Países

Atualmente, mais de 90% da geração de energia eólica offshore se encontra na Europa. Desta, mais da metade vem do Reino Unido. Essa imensa receptividade se deve, entre outras razões, pelo fato deles não terem muitas opções de fontes de energia. Em seus projetos, percebe-se que o êxito foi tão grande que há previsão de crescimento da instalação de energia eólica offshore em 11,1% entre 2017 e 2022.

Em 2017, a Holanda inaugurou o maior parque eólico offshore no mundo. Com 150 turbinas distribuídos em 68 km2 mar a dentro, uma potência instalada de 600 MW e gerando 2,6 TWh (2.600 MWh) ao ano. Com isso, a Holanda deixará de produzir 1,25 Milhões de toneladas de CO2 por ano.

Os Impasses para Construir Energia Eólica nos Mares do Brasil

Ainda há alguns obstáculos para que haja geração de energia eólica no mar. Como o Ibama elaborou leis e diretrizes focado na energia eólica onshore, ainda será avaliado tratativas para o caso de geração offshore para que possa impor as condições de projeto e a Petrobras possa alinhar com o Ibama com fins de conseguir o licenciamento para o projeto e iniciar a empreitada.

A pretensão é de instalar torres de aerogeradores próximos das regiões costeiras do Nordeste. Mais especificamente, no Rio Grande do Norte. Se tudo ocorrer dentro do cronograma, em 2022 assistiremos à inauguração das primeiras turbinas offshore no país. E se tudo ocorrer conforme o esperado, a iniciativa será a primeira de uma série de projetos de parques eólicos no mar.

Os Benefícios da Energia Eólica Offshore em comparação com a Onshore

Você deve estar se perguntando se realmente vale apena o esforço e custo para instalação de energia eólica em alto mar, tendo em vista de ser mais fácil, mais prático e mais barato instalar parques eólicos em terra firme. Abaixo, mostro-lhe as principais vantagens e benefícios de instalarem energia eólica no mar.

  • Fator Capacidade – Sem barreiras de relevos e sem o calor do solo, os ventos no mar se tornam mais fortes e contínuos. Portanto, tendo um fator de capacidade muito maior que na terra. Cabe ressaltar que o fator de capacidade de muitos países é em torno de 25%. No Brasil, em terra firme, é de 60%. Isso mesmo. Veja o tamanho de potencial de aproveitamento desperdiçado tanto em terra quanto em mar aberto.
  • Poluição Sonora e Visual – Particularmente, eu acho muito bonito as torres com os seus aerogeradores. E aposto que muitos turistas devem estar indo ao Nordeste também para ver de perto esses aerogeradores. Mas, alguns consideram que as torres e as pás poluem visualmente determinados ambientes. Quanto à poluição sonora, obviamente, no mar não escutaríamos o barulho das turbinas e pás trabalhando, sendo isso sim realmente uma vantagem.
  • Meio Ambiente – Colocando em áreas estratégicas, ou seja, que não haja uma transição costumeira de aves no local, haverá menos impactos de incidentes de pássaros que em ambiente terrestre, lembrando que há pouquíssimas espécies de aves que voam pelo mar.
  • Turbinas maiores – Instalando aerogeradores gigantescos em terra firme, além de não ter ventos tão potentes, teríamos que nos respaldarmos de todos os acidentes plausíveis de acontecer, tanto aos funcionários, quanto aos residentes e transeuntes. Já em alto mar, não haveria tamanha preocupação, apenas o cuidado com a segurança dos funcionários na instalação e manutenção.

Um Oceano de Oportunidades

Mesmo que os europeus terem todo o know-how, acredito que seja uma ótima oportunidade para entrar nesse mercado, pois muito em breve a Petrobrás deverá terceirizar serviços, e geralmente ela dará preferência em contratar serviços de brasileiros.

Para aqueles que não conhecem e nunca trabalharam com energia eólica, mas têm vontade de entrar no ramo, recomendo que se profissionalize em quanto a Petrobras aguarda a autorização do Ibama. Pois assim que concederem a autorização, a Petrobrás iniciará o projeto e contratará serviços.

Entre os cursos no mercado, o que conheço e compartilho são os cursos Princípios da Energia Eólica e A Tecnologia das Grandes Turbinas Eólicas. O curso Princípios da Energia Eólica é para os iniciantes nesse setor. Já o curso A Tecnologia das Grandes Turbinas Eólicas é para quem já tem conhecimento do assunto e necessita se aprofundar mais. Para conhecer mais e se inscrever, é só clicar nos links destacados ou nas imagens abaixo: Princípios da Energia Eólica e A Tecnologia das Grandes Turbinas Eólicas.

Qualquer que seja a sua pretensão de curso, é fundamental que obtenha o certificado o quanto antes, independente de ser onshore ou offshore. Se as empresas terceirizadas da Petrobrás não encontrarem ninguém no Brasil que possa trabalhar nos parques eólicos offshore, eles serão obrigados a contratar gente de fora. E será uma lastima, na situação que o nosso país está passando, perder oportunidade de emprego para os estrangeiros.

O Brasil tem soberania não só na terra como no mar. E ela é delimitada no chamado de Zona Econômica Exclusiva (ZEE), mais conhecida como Amazônia Azul (por ter uma área equivalente a Amazônia, e com a mesma importância na sua biodiversidade). São 3,5 milhões de quilômetros quadrados mar a dentro. Lembrando, é claro, que partes da ZEE que contiver a biodiversidade não pode ser construída parques eólicos e, portanto, sendo preservadas.

Por isso a necessidade da intervenção do Ibama.  Mesmo assim, temos um campo, digo, um mar enorme para criarmos parques eólicos e, consequentemente, gerarmos energia o suficiente para suprir todo o Brasil. E se não bastasse em termos uma geografia que nos beneficia, os custos de peças para a energia eólica offshore caíram, dando ainda mais oportunidade de navegarmos nesse oceano azul.

Um comentário em “Energia Eólica – Ventos Sopram a Favor nos Mares do Brasil

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *